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Resumo explicativo da Visita Apostólica em Ciudad del Este

 

LA VISITA APOSTOLICA

Oficialmente, O Núncio Apostólico no Paraguai avisou em uma Conferência de imprensa em 2 de julho de 2014 que a Diocese de Ciudad del Este receberia uma  iminente Visita Apostólica «a fim de oferecer-lhe uma assistência para o bem daquela Igreja particular». Oficiosamente, os meios de imprensa disseram que se tratava de uma verdadeira «intervenção na Diocese», ou seja, de um processo que culminaria, ou com a renúncia, ou com a destituição de nosso Bispo e o stop à obra que vem concretizando.

Apresentamos agora um resumo explicativo que assinala os marcos desta conjuntura com seus fatos e documentos probatórios. O fazemos no estilo claro e direto do Povo de Deus, e com a honestidade e transparência habitual de D. Rogelio.

 

1. LUGO E LIVIERES

 

O Bispo paraguaio mais famoso, sem dúvida, é o «padre-Bispo» Fernando Lugo,  ex-Presidente da República. Assumiu como Presidente em agosto de 2008, logo após haver sido dispensado de suas obrigações como consagrado e tornar ao estado laical. Foi destituído em 2012, depois de um juízo político no Congresso.

 

Lugo e a minúscula, mas inteligente esquerda do país jamais teriam chegado ao poder, derrotando ao Partido Colorado, sem uma aliança com a primeira minoria, o Partido Liberal, e o apoio massivo (expresso ou tácito) da Igreja hierárquica. Há décadas, no Paraguai têm sido sistematicamente designados como Bispos somente candidatos de certa tendência anti-Partido Colorado e, ademais, embebidos numa formação difusa nos derivados ideológicos da Teologia da Libertação.

 

Como toda regra, teve sua exceção: D. Livieres alçou a voz (muito publicamente) para opor-se à candidatura de Lugo, ficando assim como o único defensor da postura do Vaticano. As críticas que assinalou foram de dois tipos. Por uma parte, se opôs à confusão fundamentalista entre religião e política responsável de que Lugo e tantos outros consagrados abandonassem seus compromissos evangélicos para «meter-se em política». Por outra, advertiu sobre a irresponsabilidade moral e administrativa do candidato, encoberta por tantos eclesiásticos e religiosos, pois «todos sabiam».

 

  1. Opinião de D. Rogelio a respeito de Fernando Lugo. [Entrevista]– no original
  2. Bispos pedem a Lugo renunciar para evitar violência. – no original
  3. D. Livieres havia manifestado em vários momentos sua postura com relação a Fernando Lugo quando este ainda era Bispo de San Pedro.– no original

 

 

2. A «COMUNHÃO ECLESIAL»

 

A polêmica em torno a Lugo não foi a primeira ocasião em que D. Livieres revolveu o Bispeiro. A acusação de que «rompia com a comunhão eclesial» começou antes inclusive de que pusesse um pé na Diocese e, portanto, de que pudesse «meter a colher». Efetivamente, a Conferência Episcopal escreveu a são João Paulo II expressando seu vivo desacordo com a nomeação do novo irmão que nem sequer havia estado na lista de candidatos, sendo «imposto» por Roma. Alguns líderes leigos também se fizeram eco destes protestos. A Santa Sé não cedeu. E depois, contra vento e maré, como a barca do Evangelho, manteve o novo Bispo na sua gestão.

 

Mas a Conferência Episcopal não cheirava tão mal. Definitivamente, D. Livieres, da Opus Dei, representava uma orientação eclesial distinta do férreo modelo dominante. Em honra à verdade, é necessárioreconhecer que ele nunca pretendeu impor seus lineamentos pastorais aos outros Bispos. Não tomou uma atitude de contraposição senão de complementaridade enriquecedora da Igreja. (Com frequência, se confunde à unidade na fé e no amor, a autêntica «comunhão eclesial», com uniformidade imposta).

 

Um momento particularmente difícil para a convivência episcopal se produziu com a filtração de uma carta confidencial e pessoal que D. Rogelio entregara nas mãos do Papa Bento XVI, a pedido de Sua Santidade, durante a visita ad limina. Como ocorreria depois com o «Vatileaks», foi filtrada à imprensa desde o mesmo Vaticano (por alguns dos agentes que tentaram causar dano ao Papa emérito?). A carta insistia sobre a necessidade, se se quer de verdade superar a crise da Igreja, de escolher os futuros Bispos dentre os melhores candidatos desde o ponto de vista da vida da fé e da idoneidade litúrgica, sapiencial e de governo; e não entre aqueles «aceitos por todos» para manter o status quo.

 

O Bispo de Ciudad del Este, digno filho de seu pai exilado seis vezes pelo governo militar de Stroessner, resultou ser um infatigável lutador por sua liberdade religiosa e pela de seus fieis.

 

Algumas notícias da "comunhão eclesial" vivida por nossa Diocese:

 

  1. D. Rogelio Livieres participa da 193 ª Assembleia Plenária Ordinária da CEP. – no original
  2. D. Rogelio Livieres assistirá à tomada de posse do novo Bispo Castrense. – no original
  3. A Pastoral Social se une para ajudar aos mais necessitados do Chaco.– no original
  4. . D. Rogelio Livieres recebeu a visita dos membros da Pastoral Familiar Nacional. – no original
  5. D. Livieres participa da Assembleia Plenária Extraordinária da CEP. – no original
  6. Diocese de Ciudad del Este será a sede da XIV Assembleia nacional da Pastoral Familiar. – no original
  7. D. Rogelio Livieres participa da primeira Assembleia Plenária Ordinária da CEP. – no original
  8. Membros do Vicariato para a Catequese de nossa Diocese participaram da Reunião de Coordenação Nacional. – no original
  9. D. Rogelio Livieres participa do retiro dos Bispos do Paraguai.– no original
  10. Sacerdote de nossa Diocese, especialista em Sagrada Liturgia participou do 1º. Encontro Nacional de Liturgia. – no original
  11. D. Livieres participa da última reunião do ano da CEP.– no original
  12. D. Rogelio Livieres participará da primeira reunião da Conferência Episcopal Paraguaia. – no original

 

3. OS RELIGIOSOS

 

Os desencontros se deram também com a Conferência de Religiosos do Paraguai. Não se deveram a uma incompreensão da vida religiosa, que claramente tem fomentado D. Rogelio em sua Diocese, e sim a profunda crise de identidade e disciplina que sofrem muitas comunidades, especialmente de origem ou formação europeia.

 

Boa parte dos religiosos a nível nacional se identificaram com a atuação de Lugo. Ademais, quando se produziram casos de agudas crises sociais, como foi o massacre de Curuguaty nesta Diocese, pontapé que precipitou a caída política do ex-Bispo, emitiram pronunciamentos e assumiram posturas em certa dissonância com a fé. Citando o direito canônico, Livieres proibiu, sob pena de sanções, a instrumentalização política ou ideológica da pastoral social. Também objetou uma falsa «pastoral indígena» que, em contraposição aos santos missionários de tantos séculos, quer impedir o direito dos nativos a que se lhes pregue a Boa Nova do Evangelho.

 

Os numerosos sacerdotes, seminaristas, religiosos e leigos que o Bispo, sim, há mobilizado durante crises sociais e catástrofes naturais hão intervindo com energia, mas sempre desde o estritamente espiritual e humanitário. O princípio seguido tem sido simples: «a Deus o que é de Deus e a César o que é de César».

 

Notas sobre o massacre de Curuguaty:

 

  1. Carta aberta do Bispo de Ciudad del Este com motivo dos graves atos ocorridos em Curuguaty. – no original
  2. Missão Pastoral em Curuguaty: “Estamos chegando casa por casa e transmitindo a paz e o coração de Cristo nesta enlutada cidade”, indicou o Vigário Pastoral para Canindeyú. – no original
  3. D. Livieres animou a cidadania de Curuguaty durante a celebração Eucarística. – no original
  4. Chefe de Relações Públicas da Polícia Nacional recebeu a comitiva Diocesana de Ciudad del Este no lugar da tragédia armada. – no original 
  5. Em Curuguaty sacerdotes pedem paz e tranquilidade. – no original
  6. Vigário Territorial de Canindeyú consegue que a população e os sem terra se unam pela paz e não sejam objeto de instrumentalização política. – no original
  7. Seis dos sete sacramentos foram administrados durante as Missões Juvenis Católicas. – no original
  8. Santa Missa pelas vítimas de Curuguaty. – no original
  9. Missão em Curuguaty com administração de sacramentos. – no original

 

4. O CLERO

 

Vários dos 16 sacerdotes diocesanos que encontrou à sua chegada D. Livieres tiveram reservas frente às novas linhas pastorais e à renovação da disciplina eclesial. A incompreensão chegou a tal ponto que, com o apoio de alguns Bispos, 10 destes sacerdotes escreveram ao Papa Bento XVI pedindo «a intervenção». Poucos meses depois, uns 150 sacerdotes do resto do país, em sua maior parte religiosos, fizeram o mesmo. Foi o Arcebispo de Assunção, fino e distinguido opositor de D. Rogelio, quem levou a Roma o protesto. O Papa, entretanto, não respondeu, sugerindo, em troca, a D. Livieres a formação de «um novo clero». A proposta foi um sábio conselho: a imensa maioria do clero diocesano, agora jovem e numeroso (pouco mais de 70), sentem ao Bispo como a seu Pai, o veem como a seu Pastor e compartem suas orientações pastorais.

 

Quanto aos leigos locais, só um grupo multo reduzido, ainda que vociferante e sustentado desde fora da Diocese, manteve uma atitude crítica, particularmente Javier Miranda, de quem falaremos ao final. Sem contar com algumas exceções, os leigos e seus dirigentes, tanto dos movimentos já aprovados a nível nacional ou internacional, como dos numerosos que foi reconhecendo, promovendo e guiando D. Rogelio durante seu ministério, todos apoiaram e apoiam seu Bispo, que tanta liberdade e espaço de ação lhes deu «para fazer bagunça» e avançar na evangelização e na missão continental de Aparecida.

 

  1. 10.000 fieis agradecem ao Papa o Ano Sacerdotal e o Seminário Maior diocesano. [Notícia] – no original
  2. Declaração dos Párocos em apoio ao Bispo. [Notícia] – no original 
  3. Párocos apoiam com assinaturas a Livieres Plano. [Notícia] – no original
  4. Carta enviada pelo clero diocesano ao Papa Francisco em apoio a D. Livieres. [Carta] – no original
  5. Carta enviada pelas Congregações e Comunidades Religiosas ao Papa. [Carta] – no original
  6. Carta a Sua Santidade, dos Movimentos e Comunidades laicais. [Carta] – no original

 

5. NOVOS SEMINÁRIOS PARA O TERCEIRO MILÊNIO

 

Quando em 3 de outubro de 2004 Dom Livieres assumiu como Bispo de Ciudad del Este, não tardou em descobrir o maior desafio que o esperava: dispunha de pouco mais de 70 sacerdotes (entre religiosos e diocesanos) para atender espiritualmente a uma população ao redor de 1.000.000 de almas, isto é, 1 pastor para mais de 10.000 ovelhas. A perspectiva de futuro era ainda pior, com apenas uma dezena de seminaristas diocesanos formando-se no Seminário Nacional de Assunção.

 

Não é preciso explicitar a gravidade da situação a quem reconhece com humildade «teocêntrica» que a Igreja fundada por Jesus Cristo «vive da Eucaristia», ou seja, dos sacramentos em que Ele «está conosco todos os dias, até o fim do mundo», e cuja administração fiel encomendou aos sacerdotes.

 

Sem rendas e sem estudos de viabilidade, D. Rogelio tomou de imediato a decisão estratégica de assumir como primeira prioridade de seu ministério o que lhe assinalavam o Diretório para os Bispos e o Código de Direito Canônicoaprovou a abertura de seu próprio Seminário diocesano.

 

Logo se descobriu por que o Dono da Vinha o havia escolhido como Bispo: o Padre Rogelio havia atraído e cultivado numerosas vocações à Opus Dei. O mesmo fez em sua Diocese, onde a pastoral vocacional não é delegada. Cada domingo, com a cooperação de um grupo animado de formadores, o Bispo atende em sua própria casa a todos aqueles interessados em considerar uma vocação sacerdotal. Um pouco de esporte, uma palestra de formação, direção espiritual e confissão, adoração ao Santíssimo e reza do Rosário, uma tertúlia com perguntas «a queima roupa» e uma ansiada merenda fazem o mágico resultado de uns 130 interessados por ano, dos quais são admitidos em média 30 ou 40. O segredo do êxito, além do interesse direto e pessoal do Bispo, está no entusiasmo com que os mesmos aspirantes e seminaristas saem a pescar vocações entre amigos, parentes e conhecidos (marketing viral…).

 

O Seminario Mayor San José já foi avaliado positivamente pela Santa Sé em reiteradas cartas, e ordenou mais de 60 sacerdotes ao cabo de 10 anos. Mas D. Rogelio, preocupado por melhorar a qualidade de sua pesca e pela crise do sistema educativo geral, criou em 2012 o Seminario Menor San Andrés. Paralelamente, buscando uma aplicação mais radical dos lineamentos do Concílio Vaticano II e dos documentos pós-conciliares sobre a formação sacerdotal, iniciou a experiência do Instituto de Formación Sacerdotal San Ireneo de Lyon. No momento, esta casa de formação só funciona em seu ciclo propedêutico, baseado no ensino das artes liberais clássicas e na discussão em classes-seminário dos Grandes Livros da cultura ocidental.

 

  1. Cartas Laudatórias da Santa Sé a respeito do Seminário Diocesano. – no original
  2. O Plano de Formação Intelectual. – no original
  3. Carta da secretaria de Estado do Vaticano sobre a relação apresentada pelo Seminário Diocesano. – no original
  4. Pe. Emilio Grasso escreve interessante artigo sobre sua visita ao Seminario Mayor San José. – no original

 

 

6. A PEDRA DE ESCÂNDALO

 

A decisão de formar a seus próprios seminaristas como um pai educa aos seus próprios filhos tomou de surpresa a Igreja no Paraguai. Os Bispos resistiram de entrada a esta peregrina ideia, pois romperia (e rompeu) o esquema monolítico de formação sacerdotal (tanto de diocesanos como de religiosos) que havia sido acordado com a criação do Seminário Nacional e seu Instituto de Teologia, no século passado.

 

Em vão a Santa Sé lhes recordou o direito e a conveniência de que cada Bispo conte com seu próprio Seminário quando isto é possível. «Para que um novo Seminário, se sempre houve um só?”», se perguntam os que ainda hoje não parecem ter refletido sobre a indicação do nº 33 de Evangelii Gaudium: «abandonar o cômodo critério pastoral do “sempre se fez assim”».

 

 

7. O PADRE CARLOS URRUTIGOITY

 

Um capítulo a parte nesta história de oposição ao nosso Bispo e ao novo Seminário é, sem dúvida, o ataque contra o Padre Carlos Urrutigoity. Chegou à Diocese em 2005, junto com outros sacerdotes e leigos que depois estabeleceriam as Comunidades Sacerdotales de San JuanVeio recomendado por alguns Cardeais com funções na Santa Sé (um deles, escolhido poucos dias depois Sucessor de Pedro). Trazia consigo uma dura campanha de difamação e calúnia nos EUA, sobre a quai D. Livieres escreveu uma detalhada carta aclaradora.

 

Desde o começo provou ser um próximo colaborador do Bispo e, por isso mesmo, seu caso foi utilizado como um bode expiatório para questionar todo o realizado na Diocese, especialmente na formação do novo clero, já que ele ajudou no início a formar o novo Seminário. Depois deixou essa atividade para assistir ao Bispo na Cúria diocesana.

 

Apesar das reiteradas declarações do Bispado que desmentiam estas calúnias,uma imprensa repetitiva e autorreferencial prosseguiu citando-se e recitando-se sobre supostas «acusações de pedofilia» que, em realidade, jamais existiram. No Paraguai, estas campanhas têm sido geralmente encabeçadas pelo mesmo periódico que, anteriormente, havia forçado a renúncia de outro Bispo Livieres. (A justiça, também neste caso, deixou posteriormente claro a falsidade dessas acusações, feitas por testemunhas pagas em uma manobra destituinte.) A imprensa, no caso do Padre Carlos, foi ajuizada pelos opositores eclesiásticos que já mencionamos, com influentes contatos nos EUA e em Roma, com alguns dos quais compartem idênticas tendências e lobbys.

 

Ao final, de tudo um pouco, menos provas de pedofilia. Porque, para a infelicidade dos detratores, não há acusação de vítima alguma, senão um emaranhado de calúnias feitas por terceiros interessados. Por isso nunca prosperaram quaisquer processos penais, nem condenação em tribunal de nenhum país, tampouco da Santa Sé. E para o bem da verdade, sua heterossexualidade se confirmou por duas avaliações psicológicas independentes, uma nos EUA e outra no Canadá, onde também descartaram a presença de psicopatias ou distúrbios de personalidade.

 

Tampouco é certo que as acusações foram se acumulando uma após a outra, ainda que sem poder provar-se. Todas se reduzem a uma repetição grosseira das que há vários anos se inventou, não por presumidas vítimas, senão por dois perseguidores ideológicos do Pe. Carlos, sendo um em Argentina e outro nos EUA, alimentando campanhas insidiosas: uma, conventual (intra ecclesia), e outra mediática e cibernética (extra ecclesia). O primeiro foi um sacerdote “sedevacantista” argentino que não reconhece a nenhum Papa, de S. João XXIII até Francisco I, e que, além disso, se fez consagrar “bispo”, invalidamente para a Igreja Católica. O segundo foi um norte-americano, um ex-empregado descontente, pois o Bispo de Scranton, Dom Timlin, o retirou de um projeto educativo do qual intentara se apoderar.

 

A única acusação apresentada ante o foro penal americano contra o Padre Urrutigoity – em nome de uma pessoa adulta por nome Michael Prorock – foi encerrado in limine (de entrada) pelas investigações independentes dos fiscais na Pensilvânia.

 

Ficam claras, então, duas conclusões chave:1º) a acusação contra o Padre Carlos não implicava um caso de pedofiliapois quando os supostos feitos haviam ocorrido, a pessoa em questão era já maior de idade; 2º) por causa da rejeição dos fiscais nunca se iniciou uma causa penal nos EUA

 

Nos tribunais da Igreja, a Congregação para a Doutrina da Fé negou a possibilidade de abrir um processo canônico penal contra o Padre Carlos pela mesma razão: não havia nenhuma acusação de pedofilia.

 

O fracasso penal da acusação prejudicou seriamente aos advogados do acusador em seu propósito de obter a suculenta indenização no foro civil, prática habitual nos EUA, onde acusaram de diversos delitos ao Bispo James Timlin, à Diocese de Scranton e alguns de seus sacerdotes, à Fraternidade São Pedro, à Academia Saint Gregore’s e à Society of Saint John, fundada pelo Padre Carlos.

 

Para as pessoas não habituadas aos trâmites legais, é necessário aclarar que pelo mesmo motivo, pode ser iniciado dois juízos independentes: um no foro penal y outro no civil. O êxito deste último, isto é, o montante de dinheiro a se obter como reparação por danos e prejuízos, se debilita caso fracasse a denúncia penal.

 

Entretanto, nos EUA, vale a pena tentá-lo, pois ainda que as acusações no foro penal sequer vão a juízo – por falta de fatos ou inexistência de provas –, há em seu sistema legal mais possibilidades de lograr algum dinheiro através de uma causa civil. Com efeito, como os custos para defender a inocência ante a justiça civil americana são elevadíssimos (se estima que uma Diocese deva gastar em média uns U$ 2.000.000 em cada caso), é norma habitual chegar a um acordo pré-judicial com a aprovação do juiz do caso.

 

A Society of Saint John, que se negou em princípio a chegar a um acordo, foi forçada pela Diocese de Scranton, já dirigida por D. Martino, a chegar a um acordo total de U$ 450.000, dos quais lhe correspondia aportar U$ 55.000, uma cifra insignificante para as cifras habituais nestes casos e que só se explica porque os advogados acusadores careciam de provas contundentes minimamente sólidas para pretender mais dinheiro da Society, ou para desfazer o acordo proposto e iniciar o juízo civil. A Society of Saint John impôs como condiçãopara assinar o acordo que os acusados deixariam registrado por escrito, uma vez mais, sua inocência, e que de sua parte, o acusador renunciaria de igual modo a qualquer outra campanha posterior de acusações ou a outras ações civis.

 

Vê-se que em qualquer lugar do mundo“pelo dinheiro o macaco dança”, sem se importar com o engano popular ou com o descrédito de inocentes. Voltando-se agora para os “dançarinos” de Ciudad del Este, em 23 de julho passado, na causa 2014-6130 do Juizado Penal de Garantias Nº 6 de Alto Paraná, a fiscal encarregada, Maria Graciela Vera Colmán, solicitou que sejam encerradas e arquivadas por carecer em absoluto de qualquer sustento probatório, as acusações iniciadas - telefonicamente! – ante a Fiscalização por uma rádio de Assunção contra o Presbítero Urrutigoity «por suposto abuso sexual de crianças, não mencionando nome de vítimas… além de não identificar… local e/ou data (ou) lugar em que ocorrera o fato denunciado». Tudo proveio das diatribes feitas – e gravadas – em um programa da Rádio União pelo conhecido denunciante serial Javier Miranda quem, intimado pela fiscal a comparecer à «declaração testemunhal», jamais se apresentou ou sequer enviou alguma evidência, confirmando assim seus inegáveis dotes de “ator”.

 

Pastor, e não mercenário que foge ante os lobos, D. Livieres se manteve sempre inflexível na defesa de inocentes. No caso do Padre Carlos, o fez inclusive frente àqueles que, ainda reconhecendo a justiça do caso, achavam imprudente, primeiro sua recepção na Diocese, e, logo, sua promoção a distintos cargos, já que tais ações implicariam pôr em jogo a imagem da gestão e a «carreira eclesiástica» do Bispo. Não obstante, Dom Rogelio julgou mais realista e acertado aproveitar os recursos humanos concretos que a Providência lhe punha à mão.

 

Apesar da ocasional algazarra mediática e protesto clerical, o Vaticano respeitou a decisão do Bispo e, após um prudente tempo de espera e experiência na nova Diocese, autorizou a incardinação do Padre Carlos em Ciudad del Este por meio de seu Representante, o Núncio Apostólico no Paraguai, com o consentimento do Bispo excardinante. Ainda, nesse mesmo ano emitiu a carta laudatória dando seu consentimento à elevação como Sociedade de Vida Apostólica às Comunidades Sacerdotales de San Juan.

 

No que diz respeito ao juízo do Povo de Deus na Diocese, os seminaristas, sacerdotes, religiosos e leigos em seu conjunto apoiaram e apoiam ao Bispo e ao sacerdote, sendo depois de quase 10 anos testemunhas diretas de seu exemplar ministério e suas qualidades humanas e honestidade moral. Nãose pode tomar estes apoios como mera suposição.Estão fixados, para quem queira examiná-los, em manifestações escritas e assinadasà imprensa e ao público em geral. E mais, quando chegou a hora de nomear um novo Vigário Geral, consultados os sacerdotes e os dirigentes leigos, quase por unanimidade propuseram o Padre Carlos Urrutigoity como o candidato de sua predileção. Ainda que ele mesmo se opusesse à ideia por parecer-lhe imprudente, o Bispo confirmou e respaldou a decisão de seu presbiterado e laicado.

 

Cabe destacar finalmente que, quando D. Livieres enfrentou verdadeiros casos de corrupção ou violações do celibato sacerdotal, em qualquer de suas formas, não duvidou em proceder, inclusive frente a fortes pressões, conforme o direito, castigando proporcional e medicinalmente aos culpáveis.

 

  1. Carta Informativa sobre o Pbro. Carlos Urrutigoity [Resumo da questão]. – no original Carta dos Seminaristas sobre campanha de calúnias contra o Bispo e Formadores. – no original
    1. Informes psicológicos. Padre Groescho e Southdown Institute [Documentos]. – no original
    2. Recomendações. [Documentos] – no original
    3. Conclusões sobre as supostas acusações de pedofilia. [Documentos] – no original
    4. Processo de incardinação em Ciudad del Este. [Documentos] – no original
  2. Pedido dos fieis solicitando a permanência do Pe. Carlos Urrutigoity. – no original
  3. Transparência e coerência de D. Livieres frente a casos de pederastia. [Entrevista] – no original
  4. As Comunidades Sacerdotales de San Juan. Documentos e recomendações. [Documentos] – no original
  5. Fiscalização rejeita a denúncia contra o Pbro. Carlos Urrutigoity. [Documentos] – no original

 

8. D. PASTOR CUQUEJO

 

O Arcebispo de Assunção se juntou publicamente a uma nova onda de ataques contra o Padre Carlos, ao afirmar ante a imprensa que seu caso não estava claro e que poderia na qualidade de Arcebispo Metropolitano, solicitar à nova administração em Roma que reabrisse a investigação da Congregação para a Doutrina da Fé encerrada in limine sob Bento XVI por falta de acusação de menores.

 

Indignado, D. Livieres lhe respondeu no terreno em que se havia pronunciado o Arcebispo. O fez porque seus reiterados esclarecimentos eram descridos abertamente e porque se pedia contra toda justiça a reabertura de uma investigação sem que houvessem novas acusações ou novos elementos de juízo. A pedra tirada por D. Cuquejo estava dirigida não só a pôr em dúvida a probidade do atuado por D. Livieres, senão da mesma Santa Sé.

 

Sem rodeios de sua parte, ainda que talvez com excesso, mostrou ao Arcebispo a incongruência de alegar escândalo e solicitar investigações públicas quando o mesmo D. Cuquejo havia sido não só acusado, mas processado por atividade homossexual, e não por terceiros, mas por implicados diretos.

 

  1. Novo ataque à Igreja Católica com velhos argumentos. [Notícia] – no original
  2. Dom Cuquejo, vozerio de dissidentes. [Veja final do artigo]. – no original

 

9. NOVAS COMUNIDADES

 

Como se costuma criticar a pais com mais de dois filhos, se há questionado o número de vocações sacerdotais e dos novos carismas laicos e religiosos, criando uma falsa oposição entre quantidade e qualidade. Incredulamente, alguns se perguntam se é possível que Deus bendiga tão generosamente a uma Diocese, ou se a multiplicação é na verdade fruto da negligência e do afã de estatísticas.

 

A árvore se julga por seus frutos. O juízo do povo sobre seus novos pastores é muito positivo e estão agradecidos com os variados serviços que lhes proveem as comunidades religiosas e os movimentos laicais. Claramente, sempre se pode fazer mais e melhor. De certo que a Visita Apostólica aportará sugestões e correções que permitam chegar ainda mais longe.

 

Mas é inegável que Ciudad del Este, há pouco conhecida por seu contrabando e outros tráficos, vem se convertendo em um centro de vitalidade espiritual, religiosidade e cultura reconhecido no país. É difícil recorrer às ruas da cidade sem observar jovens batinas e hábitos religiosos. Cada fim de semana há umas 2.000 pessoas que saem de suas periferias e pobrezas humanas para participar de retiros de conversão e formação organizados, mormente, por leigos acompanhados de seus capelães. Por sua parte, os múltiplos cursos de formação para dirigentes sobre Bíblia, liturgia e catequese contam com grande participação de assistentes.

 

Novas comunidades e espiritualidade

 

  1. D. Rogelio admite novas comunidades eclesiais em nossa Diocese. – no original
  2. D. Livieres inaugurou o Restaurante para indígenas “San Juan Diego”. – no original
  3. Bispo promove nova experiência de vida religiosa contemplativa: Monjas Faustinas. – no original
  4. Comunidad Misionera de Jesús, aprovada por D. Livieres em 2006. – no original
  5. D. Livieres inaugura e consagra o templo do Seminário Menor dos Agostinianos. – no original

 

Cultura

 

  1. “Réquiem de Mozart”, um evento sem precedentes no Paraguai. – no original (Vídeo completo : https://www.youtube.com/watch?v=BCHaVRa8kBM)
  2. Murais da Paróquia Espírito Santo. – no original

 

 

10. TEMAS ECONÔMICOS

 

Agora nos ocuparemos dos alegados relacionados às finanças. Duas são as acusações neste tema: a malversação das doações outorgadas pela Binacional Itaipu e a dilapidação do patrimônio imobiliário da Diocese.

 

Itaipu doou à Diocese uma importante quantidade de dinheiro (uns U$ 300.000) que o Bispo destinou por completo à manutenção do Seminário. Foi acusado pelo Sr. Javier Miranda de malversação de fundos e de fraudar aos pobres e necessitados da região. D. Rogelio justificou sua decisão assinalando que os futuros sacerdotes seriam os mais efetivos agentes de câmbio social e, portanto, que era o melhor modo de servir aos pobres em longo prazo. A Justiça do Paraguai deu razão à D. Rogelio em todas as instâncias, incluída a Corte Suprema, reconhecendo a razão de seu proceder e comprovando que até o último centavo tinha sido gastoem cobrir asnecessidades da Igreja, sem desvios a bolsos particulares.

 

Sempre sob a urgência de conseguir os fundos para pagar pela educação de quase 200 seminaristas e o desenvolvimento de pastorais cada vez mais ativas e variadas, isto é, em ordem a capitalizar espiritualmente a sua Diocese, o Bispo, sem rendas disponíveis por ser recente a criação da mesma, procedeu a vender alguns imóveis que não tinham usos pastorais nem produziam outros benefícios econômicos. O mesmo teriam feito seus predecessores, mesmo sem Seminário próprio a manter. Apesar disto, o Sr. Miranda o denunciou com uma manobra dolosa e irresponsável.

 

De todo modo, para buscar uma solução definitiva a esta precariedade econômica, o Bispo, seguindo a recomendação que havia recebido por parte do Núncio Apostólico ao assumir seu cargo, comissionou a leigos qualificados o estudo e execução de projetos que produzam rendas no futuro para cobrir ao menos 75% dos custos operativos estimados.

 

  1. Nossa Diocese deve gerar rendas para cobrir os gastos da evangelização. [Entrevista] – no original
  2. Sentença de rejeição por causa das falsas denúncias contra D. Rogelio Livieres. [Documento] – no original
  3. Projeto de rendas da Diocese: Camposanto San Marcos. – no original

 

 

11. JAVIER MIRANDA

 

A nota tragicômica desta saga corresponde a Javier Miranda, um agitador político pouco familiarizado com o rigor da verdade. Autoproclamado «Presidente dos Leigos do Alto Paraná», ainda que não o siga nenhum movimento laical, vem acusando tão obstinada como contraditoriamente a D. Rogelio e a seus colaboradores dos crimes mais variados, chegando em suas fabulações a afirmar na imprensa possuir provas cabais de que o Bispo havia contraído em um cassino do Uruguai uma dívida de milhões de dólares (sic).

 

Ainda que desautorizado pelos feitos – e mesmo pelos falíveis tribunais humanos – segue sendo títere útil de certos grupos de esquerda e dos oponentes eclesiásticos de sempre. Mesmo que, com êxito e apoio popular escassíssimo.

 

  1. Resposta de D. Rogelio ao senhor Javier Miranda. [Carta] – no original
  2. Os 70 Movimentos laicais da Diocese repudiam a atitude do ex-catequista Javier Miranda. [Notícia] – no original
  3. Manifestação de fiéis autoconvocados em apoio ao Bispo Rogelio Livieres. – no original
  4. . Abaixo-assinado dos Movimentos e Comunidades Laicais em repúdio a membros da ex-JUDILA. – no original
  5. Associação de Advogados defende inocência de D. Livieres. – no original

 

 

12. QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA

 

O crescimento e pujança do Povo de Deus no Paraguai foram cruelmente mutilados à raiz do injusto processo e supressão dos missionários jesuítas em fins do século XVIII. Também eles foram acusados por eclesiásticos questionáveis em aliança com poderosos lobbies e políticos.

 

Os que apostam que a história se repita agora em nossa Diocese podem ter a surpresa de descobrir que, desta vez, o Bispo de Roma é um herdeiro desses jesuítas caluniados e suprimidos, disposto a escrever a história de um modo novo.

 

Fonte: Diocese de Ciudad del Este

 

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